Qualquer um que mal tenha ouvido falar em edição de imagens logo pensa em Photoshop. E quem pensa em Photoshop logo pensa em rejuvenescimento de fotos, montagens, correção de imperfeições.
Acima, usei como exemplo a foto de uma celebridade conhecida. Temos que ter em mente o seguinte: ao folhear uma revista, dificilmente encontraremos retratos que não tenham sido melhorados durante sua edição. Esse é o padrão da mídia, não há muito o que se discutir a respeito. E o motivo é simples: muitas pessoas poderiam não gostar de comprar uma revista recheada de imagens desagradáveis e desinteressantes; ou ainda: certos artistas talvez não simpatizem com a idéia de ter suas fotos publicadas sem tratamento. Poderíamos ficar muito tempo especulando sobre o por quê desse padrão, sem no entanto chegar a lugar algum.
Deixo claro que não se trata de uma crítica ao uso de programas de edição de imagens, mas sim da constatação de um fato. Quase todo mundo já viu em algum lugar comparações antes/depois do Photoshop, e sabe que aquele artista ou modelo da revista tem sim algumas imperfeições - ninguém é ingênuo a tal ponto.
Por outro lado, na contra-mão disso tudo, a edição de abril da Elle francesa mostra oito estrelas européias clicadas por Peter Lindbergh, sem maquiagem e sem retoques digitais. Sinal de que, tal como existem entidades que protestam contra o padrão anoréxico na indústria da moda, um movimento similar se faz presente na mídia para contestar o uso desvairado do Photoshop.
Uma boa foto é boa com ou sem edição
Deixando um pouco de lado o assunto dos retratos melhorados, volto minha atenção para o que verdadeiramente me levou a escrever este artigo: é justo transformar uma foto completamente sem-graça em uma imagem estonteante?
Há pouco tempo foram divulgadas algumas imagens do fotógrafo dinamarquês Klavs Bo Christensen, desclassificado do concurso Picture of The Year in Denmark por uso excessivo de Photoshop. Confira abaixo o antes e o depois das imagens de Klavs:
Deixando um pouco de lado o assunto dos retratos melhorados, volto minha atenção para o que verdadeiramente me levou a escrever este artigo: é justo transformar uma foto completamente sem-graça em uma imagem estonteante?
Há pouco tempo foram divulgadas algumas imagens do fotógrafo dinamarquês Klavs Bo Christensen, desclassificado do concurso Picture of The Year in Denmark por uso excessivo de Photoshop. Confira abaixo o antes e o depois das imagens de Klavs:
Antes:
Depois:
Acredito que uma foto já é boa ou não no instante em que é concebida. É indiscutível que muitas vezes um retoque pode fazer toda a diferença em uma fotografia: um recorte diferente, um giro de 180º, ajuste na saturação, etc. Mas são retoques numa fotografia que por si só já seria interessante, não uma reconstrução total.
Nas minhas fotos, eu optei por não utilizar o Photoshop sequer para aparar as imagens - zero. Mas decidi por essa crueza em relação ao tratamento das fotos não como protesto ou algo do tipo, foi uma simples opção para exigir de mim mesma um maior comprometimento no momento da produção das fotos, sem deixar nada para ser resolvido depois.
O que devemos ter em mente na hora de fotografar qualquer coisa é isso: que a imagem saia da câmera para o computador o "mais pronta" possível. Para mim, alguém que faz milagres com uma foto meia boca é um bom designer gráfico, não um bom fotógrafo.
Nas minhas fotos, eu optei por não utilizar o Photoshop sequer para aparar as imagens - zero. Mas decidi por essa crueza em relação ao tratamento das fotos não como protesto ou algo do tipo, foi uma simples opção para exigir de mim mesma um maior comprometimento no momento da produção das fotos, sem deixar nada para ser resolvido depois.
O que devemos ter em mente na hora de fotografar qualquer coisa é isso: que a imagem saia da câmera para o computador o "mais pronta" possível. Para mim, alguém que faz milagres com uma foto meia boca é um bom designer gráfico, não um bom fotógrafo.
Fonte: http://ajusteofoco.blogspot.com/
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